25 de outubro de 2010

Mestre Álvaro - Trilha Serra Sede

A trilha:

Moro em Vitória e sempre quis subir o Mestre Álvaro e sempre ouvi histórias de colegas que subiram e me recomendavam fazer o mesmo. Finalmente, decidi que iria subir, mas antes há a dura missão de encontrar amigos dispostos também, afinal a primeira recomendação que ouvia era subir em grupo pois há assaltos na região. Pois bem, devo ter chamado uns 30 colegas pelo menos, liguei, mandei mensagem, argumentei e no final consegui reunir um grupo com 4 pessoas somente. Não era o ideal, mas resolvemos tentar ir assim mesmo.


A data combinada era Domingo, 24 de Outubro de 2010, 8 horas da manhã no posto em frente a UFES. Na hora marcada, nos encontramos no posto - Eu, Bernardo, Natália e Luciano - e fomos para o ponto de ônibus, pegamos o 506 - T. Laranjeiras.

No ônibus em direção ao terminal, o Luciano vira para mim e diz: "Ae, vamos tirar uma foto daquele morro e dizer que é o Mestre Álvaro (apontando para o morro)" e eu respondo: "Aquele é o Mestre Álvaro, luciano". O grupo não tinha muito conhecimento do local, pois era a primeira vez de todos.

Chegando ao terminal, nos dirigimos até a plataforma 44 para pegar o 865 - Santo Antônio em direção a Serra Sede. Assim que o ônibus começou a entrar no bairro, resolvi perguntar ao cobrador para nos avisar quando chegasse no ponto mais próximo do Mestre Álvaro e para minha surpresa ele me pergunta: "Vocês vão subir o Mestre Álvaro? Em quantas pessoas vocês estão?" e eu respondo: "Quatro pessoas", nisso ele falou: "Muito pouco, tem muito assalto ali", vira para o motorista e continua: "Não tem filho de fulano, esses dias ele foi abordado por 2 caras com um trabuco ali", voltei para meu lugar apavorado e os outros também ficaram, mas já estavamos quase lá e não levamos quase nada de valor por causa disso. Saltamos no Jardim Botânico umas 9:40 da manhã, ponto logo depois da Igreja Central de Serra Sede.

Começamos a caminhar, não há erro, é só ir em direção a Montanha - só não suba a favela à direita. Você anda quase 1 km até chegar ao pé do morro e avista a primeira placa "Trilha Principal", há uma bifurcação, siga à esquerda e subindo mais um pouco você chegará em outra bifurcação, siga à esquerda novamente. Após isso, é bem fácil seguir a trilha e há placas por toda a trilha dizendo o nome do local, altura e distância. Se você está a algum tempo sem avistar nenhuma placa, provalvemente saiu da trilha principal.


A trilha é bem puxada e por isso paramos bastante para descansar e aproveitavamos para tirar fotos e curtir a paisagem que desde os primeiros metros já se mostrava incrível. Andamos muito tempo por mais de 2 horas e quando pensavamos que já estavamos chegando, encontramos uma placa que dizia "Metade do Percurso". Impossível, pensávamos, não aguento subir outra metade dessa. Nisso uma família estava descendo e perguntamos se aquela placa não era algum tipo de brincadeira e não era, porém eles nos disseram que até ali a trilha era difícil porém a segunda parte era mais fácil.

Subimos mais um pouco e chegamos ao alto de um dos morros e já dava para ver a ilha de Vitória e todo seu contorno, 3ª ponte, Morro do Moreno, Convento e os bairros da capital. Paramos para comer e curtir aquela paisagem. Recuperados e de barriga cheia, continuamos a trilha em direção a casinha que fica no ponto mais alto. Essa parte da trilha é a mais perigosa, tem que tomar cuidado com possíveis escorregões e tombos, a mata é mais fechada, com pedras escorregadias e nos 20 metros finais há uma subida de uns 60º que alguns do grupo cogitaram não subir, mas insistimos, afinal chegar até ali e não completar a trilha seria frustante. Querimos chegar ao ponto mais alto, aos 833 metros e chegamos por volta de 13:30 da tarde. Tiramos fotos e quando pensamos em sentar na pedra para curtir aquele visual, gotas de chuva começaram a cair. Sabiamos que se chuvesse forte, a trilha iria ficar perigosa. Nos apressamos a descer pelo menos essa última parte, mas felizmente a chuva não apertou. A descida foi muito tranquila e muito mais rápido, gastamos umas 2,5 horas somente. Ao final, todos gostaram da trilha e da experiência de subir o "Mestrão".


Cansados, sujos e com as pernas doendo, andamos até a Igreja Central para pegar um ônibus para o Terminal de Laranjeiras, pois lá passam mais linhas. Fizemos o caminho contrário e chegamos por volta de 18 horas em casa em Jardim da Penha.


Recomendações:

O que levar:
- mochila;
- protetor solar;
- boné ou chapéu;
- alimentos leves (frutas, biscoitos, sanduiches);
- MUITAAAAA água, não vá levar uma garrafinha só, leve uns 2 litros de água por pessoa;
- repelente;
- roupas leves e tênis (velho ou apropriado);
- sacos plásticos (supermercado) para levar o lixo embora - é impressionante e lamentável a quantidade de lixo deixado na trilha.

Sobre o Mestre Álvaro:

O Mestre Álvaro é um dos monumentos naturais mais marcantes da Serra. Com seus 833 metros de altitude, domina a planície litorânea, expondo seus contornos a deleite de quem o aprecia de longe e oferecendo seu rico ecossistema à preservação ambiental.

O Mestre Álvaro é considerado uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira e abriga uma das últimas áreas de Mata Atlântica de altitude do Estado. O governo do Estado em 1977, criou o Parque Florestal e a Reserva Ecológica Mestre Álvaro. O parque compreende uma área aproximada de 3.470 hectares, estando assegurada por Lei a proteção integral da fauna, da flora e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos.


Os antigos moradores da Serra contam que o Mestre Álvaro recebeu este nome porque ali morava um mestre de carpintaria, ou professor, de nome Álvaro e sempre que alguém desejava algum serviço dele, dizia: "Vou no Morro do Mestre Álvaro". Outros explicam que ele serve de orientação aos pescadores, que se sentem seguros de seguirem pelo mar até que mantenham ao alcance dos olhos o topo do mesmo, que chamam de "Mestre Álvaro.”

Veja mais fotos:

Subida Mestre Álvaro - Álbum do Picasa

5 comentários:

  1. Luciano Dortas Maffei26 de outubro de 2010 às 18:03

    Poh, sacanagem colocar meu comentario ali
    auahhahahahahaha
    Post maneiro, mestre alvaro foi irado ;) agora temos que subir pelo outro lado... ah, e vc esqueceu de contar a historia do mata, esquarteja, desossa e joga na vala
    auahhahahahaha
    =P

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  2. O comentário foi só para ilustrar o conhecimento do grupo em relação ao local que iriamos.

    Sim, vamos fazer agora a trilha por Jardim Tropical!

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  3. Caramba que massa, eu tenho mo vontade de subir no Mestre Alvaro, mas o negocio é o seguinte, juntar uma galerinha disposta a subir. ja subi na Pedra dos 2 olhos em Maruipe,Eu, meu irmao, um tio e mais um colega meu, não é uma caminhada tao desgastante como o mestre alvaro, mas nos fizemos uma trilha bem "PunK" porque a trilha antiga tinha sumido hauhau, mas é legal, e sentamos lá em cima perto do olho direito para descansar, só nao fomos mais perto porque tava ventando demais. Foi massa.

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  4. Olá Marco, sempre quis subir a pedra dos 2 olhos... que ironia.

    Tem um grupo de mochileiros do ES no site mochileiros.com e também no facebook que sempre sobe o mestre Álvaro e fazem outros passeios. Se tiver interesse entra em contato no mochileiros nesse link:

    http://www.mochileiros.com/mochileiros-do-espirito-santo-t7861-630.html

    Abraços

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    1. Cara não tem mistério nenhum, junta pessoal e sobe lá. Nos fomos por Fradinhos, tem uma entrada lá, ai é só seguir a trilha, ai vc chega num pasto grandão que fica de frente a pedra,depois se embrenha mais ainda nos matos, ai tem um caminho que vc chega atras da pedra, onde tem a fenda, que é aonde da pra subir no topo dela, é show a vista lá de cima. Ah e lembrando sempre de ir com muita água na mochila.é muito legal lá, outra coisa, valeu pelo site, muito bom.

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